11.28.2021

espinhos e flores

oito de paus (carta invertida) | o sol (invertida) | nove de copas (direta)

A tiragem desta semana começa pelo oito de paus, carta que na posição invertida nos pede para desacelerar, enquanto nos avisa para tomar cuidado com decisões precipitadas, com nossa reação a imprevistos, obstáculos e frustrações. Pode ser que estejamos indo rápido demais, sem a reflexão necessária, operando de forma imprudente. De certa forma, há um sentimento de prontidão, uma vontade de agir ou reagir, mas ela pode se materializar de maneira inconsequente se não for bem avaliada. É necessário dar um passo atrás e rever nossas estratégias e questionar nossas certezas, engolir o sapo que é aceitar a existência de limitações e restrições que, no fundo, gostaríamos de ignorar.

Tudo isso é reforçado pela carta, também invertida, do Sol: nessa posição, ela demonstra que falta clareza. As coisas não são o que parecem, para o bem e para o mal. Por um lado, pode haver exageros ao encarar situações desfavoráveis (talvez algo não seja tão ruim quanto parece) e, por outro, (des)ilusões, falhas de comunicação e interpretação, um otimismo irreal -- ou até mesmo burro.

Essa combinação de cartas invertidas do elemento fogo indica que há a energia necessária para concretizar nossas ambições, mas elas não estão em sintonia com os elementos externos que vão moldá-las. Não é caso de render-se à inércia, mas de francamente repensar nossas prioridades nos próximos dias. Como podemos agir de forma a preservar nossa energia, a não desperdiçá-la? A solução pelo impasse proposto por essa dupla de cartas não é a inação, mas a reflexão: é hora de pensar duas vezes antes de falar (ou fazer). Vai, mas vai com calma.

Em posição direta, temos o nove de copas. O naipe de copas denota o mundo das emoções, das relações, da criatividade (no sentido amplo). É interessante observar a ilustração da carta: nove taças, dispostas em três colunas, cercadas por folhas. A planta na parte superior da carta está saudável, apontando para cima. Conforme ela avança para a parte inferior, as folhas murcham. Há abundância, mas é necessário podar o que é inútil. É um caminho em sintonia com os impasses propostos pelas demais cartas da tiragem -- devemos olhar ao redor e identificar quais são nossas prioridades para o momento, à luz dos recursos que temos. Há energia, há força, mas é necessário priorizar.

Não é uma questão de falta, mas de excessos. Veremos que deixar algo para trás, a partir da reflexão proposta pelas cartas invertidas de fogo (e com cuidado para reações precipitadas), pode ser uma atitude benéfica, que traz leveza e renovação. Ao se desfazer de ressentimentos, desilusões e devaneios egocêntricos, torna-se mais fácil aproveitar aquilo que floresce em nossa vidas e, em especial, no âmbito emocional, como a consolidação de relações afetivas e o fortalecimento de parcerias.

Metaforicamente, é hora de fazer uma poda, de cortar o que causa desequilíbrio, de voltar nossas energias à celebração das flores que se abrem, mas com paciência e cautela com os espinhos.